Como muitas coisas em ti, minhas palavras também se atrasaram. Mas saiba que envolto a chuva/garoa que te assolava no dia em que eras bendita, pensava eu no que queres tu de mim e no que quero eu de ti. O melhor de tudo isso é sempre nunca chegar a nada. Pois nos resultados se perdem os improvisos e deixaremos então o jazz para jazer em qualquer um dos milhões de cantos que preparas com sombras ou luzes coloridas. O quanto já te odiei, agarrado ao teu seio cultural e tantas outras vezes te amei em saudade louca das tuas veias congestionadas prestes a arrebentar jorrando a falta de marasmo para todos os lugares... E feliz, eu sou outro filho teu, que gerado no teu ventre, devora-te pelas vísceras. Assim tu nasces e morres em meus olhos e palavras, todas as vezes que eu produzir-te ao que não entenderá jamais o que é tua concreta deselegância. De fato, tu és, um mar de arrogância! Monumental, babilônica, cosmopolita, paradoxal, nevrálgica... Lar, com café amargo, lar.
Imagem: http://www.urbanamente.net/blog/2009/07/08/poesia-concreta/
Imagem: http://www.urbanamente.net/blog/2009/07/08/poesia-concreta/